terça-feira, 18 de junho de 2013

Acordem! A Rapadura é Doce, Mas Não É Mole Não


Por enquanto a única coisa certa é que a onda de protestos tem motivação muito maior que os tais 20 centavos do aumento das tarifas de ônibus. Contra gastos da copa, corrupção e em favor de mais verbas para saúde e educação parece unir o povo nas ruas.
Politicamente é pouco provável que alguma corrente de pensamento se beneficie do clamor popular. Há seguidores de Feliciano lado a lado com ativistas da bandeira do arco-íres, monarquista (um só) entre punks anarquistas, tinha admiradores do Bolsonaro de braços dados com comunistas do PSTU e PCO e quando o PSDB já comemorava uma ou outra palavra de ordem contra Dilma, vem a notícia que estavam tentando atear fogo no Palácio do Alckmin.
Fomentado nas redes sociais o movimento contempla tudo que tem de bom e de ruim no cyber espaço: liberdade para se expressar, pluralidade de opiniões, ímpeto anárquico e bom humor, de outro lado muita gente repetindo mazelas nacionais tão óbvias quanto antigas, garotada acreditando  em lendas facebookianas e literalmente nenhuma proposta concreta para superá-las.

Entre um vandalismo e outro, o perigo de um movimento sem propostas e que tenta demonizar a classe política como se todos fossem iguais uns aos outros, como se antes destes não tivesse um voto popular que os elegessem e sem se tocar que ainda não inventaram nada melhor que a democracia representativa e nada substitui o voto na hora de mudar o que tá errado, podemos estar assistindo (ou colaborando com) o despertar de um novo sono profundo. 

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