segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Oposição Ferrenha: O Funk da Inversão dos Papéis



O velho Montesquieu – o cara cuja noção de separação de poderes (em executivo, legislativo e judiciário) as liberdades humanas agradecem até hoje – alertava que “todo aquele que dispõe de poder tem a tendência natural de dele abusar”. Vem de tal tradução filosófica, a construção de uma coisa tão simples quanto essencial na vida em sociedade: o direito de exercer oposição a ideias e governos.

Até nosso oligarca Vitorino Freire sacava a importância do contraponto, quando asseverava que “oposição é como grama de jardim: tem direito de existir, mas não se pode deixar crescer”.

Aqui em Chapadinha tem gente sentindo calafrios porque alguém declarou pretender fazer “oposição ferrenha” ao próximo governo. Estranhar, criminalizar ou temer tal manifestação é esquecer a regra democrática que coloca quem perde eleições (e, por consequência, o mando) na obrigação de fiscalizar o exercício do poder como freio ou contrapeso daquela tendência alertada acima.

Ora, fazer oposição é papel de quem não faz parte do governo. Quem chega recente ao governo cabe tirar de seu inflexível e fácil combate do lado de fora, as lições para fazer o certo e podar democraticamente a margem de crítica do oponente.

Entre a opereta de Montesquieu e a toada de bumba-boi do Vitorino, se futuro governo for um pouco melhor que o atual e a oposição vindoura um bocadinho mais racional e propositiva, Chapadinha vai ficar “diboa” no som do funk: “cada um no seu quadrado”!  

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