quarta-feira, 27 de junho de 2012

Democracia, Campanha Eleitoral ou Caricatura‏


Por: Almir Moreira – Advogado
Meus caros, confesso uma coisa, sou defensor arduo da democracia, já disse isso outras vezes, não me canso de repetir, aprendi há muito, ela é um valor. Um valor universal. De tudo já tentado para melhor a vida do homem neste planeta, não titubio, a democracia foi e é a melhor experiência. Nossa evolução, enquanto espécie, exigiu a vida em bandos, mas não retirou a individualidade, a particularidade, a possibilidade de uns se sobreporem aos outros nos talentos. Daí as tentativas de planificação, próprias do socialismo ortotoxo – para não dizer stalinista – experimentadas como medida extrema para solução da fome, por exemplo, não lograram exitos. Difícil, impossível nivelar talentos – artísticos, econômicos, profissionais – são esferas do subjetivo, da superestrutura, consoante ensinamento gramsciano.
Só a democracia, mediante o Estado de Direito, sob o império da Lei é capaz de diminuir as desigualdades e de inibir o Estado demiurgo, no caso brasileiro originado na nossa brutal formação política, econômica e social. Caminhamos para a cimentação de um poder político cuja estrutura é o Estado Democrático. Este Estado em construção emerge com a participação efetiva da Sociedade Civil, por intermédio de Conselhos, Câmaras Setoriais e Organizações Sociais, que mudam o perfil com relação a períodos anteriores, donde a marca era esse Estado demiurgo responsável pelas políticas públicas.
A prática política campo de luta para essa conquista, ora avança, ora recua, a Constituição de 88 marca indelével deste novo momento foi fruto de um amplo debate democrático, marcou o avanço. Já a legislação infraconstitucional, sobremaneira a tangente ao processo político\eleitoral continua arcaica, retrógada e indigna deste novo momento, porquanto atrasada, - espasmos como o espírito da Lei Ficha Limpa e a decisão sobre fidelidade partidária, saúdam o novo tempo, mas pouco ainda - permite a prática do que de pior existiu até hoje, e com chances de se não se sobrepor, pelo menos, coexistir deturpando o valor democrático, por diminuí-lo, corrompê-lo.
Neste momento de eleição vale se estabelecer metas para preservar esse valor: democracia. Desde a estruturação da campanha compreendendo, um bom programa de governo a ser mostrado para a população, inteligente, capaz de agradar, plausível, real, de fácil execução, capaz de envolver o povo, até a tática correta para a propaganda eleitoral são as molas para o exercício da política moderna. Principal percepção, escolher as pessoas certas para os lugares certos, ATENÇÃO!, nossa realidade, mesmo a que contemple aspectos jurídicos, por exemplo, quem a conhece somos nós mesmo, a ajuda de fora, de alguns que se julgam nestas épocas senhores de tudo, no geral aproveitadores oportunistas, podem até ser bem vindas, mas nunca em detrimento de nossas próprias possibilidades.
De improviso, só a arte, o sublime, e olhe lá!, Imagine uma campanha política! Fico pasmo com o menosprezo e a subestimação de muitos que por aqui, por amor ou muito menos custo ficam em segundo plano; fico não menos pasmo com a falta de planejamento democrático, com a organização das campanhas. Não é frescura, campanhas às vezes se decidem em detalhes, em filigranas, em particularidades. Todas estas condições só os que vivem a vida daqui têm mais condições de perceber; campanha eleitoral responsável e moderna precisa se ajustar aos novos ares da democracia, no respeito ao coletivo, aos militantes, ao povo, na sua realidade, sob pena de parecer disputa futebolística, de times ou pior: nem este aspecto coletivo preservar, mas parecer mesmo uma luta de apenas dois indivíduos, um telekete.  

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