quarta-feira, 4 de maio de 2011

Danúbia vs. Levi, E a Saúde de Chapadinha Como Colcha Retalhos de Interesses Menores


Sobre a polêmica que envolve o pagamento de parte dos servidores do Hospital das Clínicas de Chapadinha e colocou em rota de colisão o médico Levi Pontes e a Prefeita Danúbia Carneiro pela manchete escolhida pelo Blog: “Briga Política Deixa Funcionários do HCC Sem os Salários de Abril”, se vê que acertamos em cheio do que se tratava.

As entrelinhas do embate falam mais que as declarações de ambos. O que está por trás das atitudes de quem deixou de pagar a totalidade da conta devida e de quem tirou primeiro o seu, percebemos que há muito mais neste imbróglio que simples divergência sobre obrigação contratual de parte a parte.

Levi: Farinha Pouca Meu Pirão Primeiro
Segundo apuramos, o contrato de fato não admite o fracionamento entre o pagamento da prestação de serviços que inclui a folha dos funcionários com o aluguel do imóvel. Levi tem, portanto, razão de reclamar e se sairia muito melhor na foto se rejeitasse o pagamento incompleto. Ora, se conforme ele mesmo diz na matéria abaixo que o contrato exige a liquidação integral do débito, receber a parte que lhe cabe e só depois acusar a irregularidade do pagamento, só pode ser explicado pela lógica política provinciana de que o desgaste do adversário vale o drama dos funcionários mais humildes, reforçada pelo ditado “farinha pouca meu pirão primeiro”.

Danúbia: Erro como antecedente e acerto como conseqüente   
Mesmo sem ter sido taxativa quanto a isso, deduz-se que a prefeita não deseja mais manter o vínculo entre o município e a unidade hospitalar de Levi Pontes. Pode ser até que a tal iniciativa tenha por ensejo a mesma política pouco nobre narrada acima. Mas se for isso a prefeita pode corrigir um erro histórico no campo da Saúde de Chapadinha: quando Levi, então secretário de Saúde do governo Magno, resolveu alugar o próprio imóvel.

A falha da prefeita está no modo pouco claro e titubeante de agir. Ganharia apoios importantes se apresentasse uma saída para que o atendimento materno-infantil não sofresse descontinuidade e resolvesse acabar com este arranjo lucrativo para uns poucos e adverso para o interesse público.

Sistema Único e Inescapável  
Não sei se mudou alguma coisa hoje a ponto de mais alguém se indignar, mas quando o ex-secretário resolveu alugar um prédio de sua propriedade este jornalista foi um dos poucos a questionar a forma, a necessidade e as conseqüências da medida. Em rápidas pinceladas o “brilhantismo altruísta” de pendurar o HCC e o Hospital São Francisco nas costas da prefeitura não tirou a saúde pública da UTI, mas assinou o atestado de óbito do atendimento particular.   

Caso tenha mesmo coragem pra mexer nesta caixa preta, Danúbia pode começar a mudar a saúde de Chapadinha que, por estas e outras, se transformou nesta colcha de tragédias irrecorríveis, moldada com os retalhos de interesses mesquinhos e cingida com todas as linhas da omissão geral.  

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