terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Política com Futebol: a Surpresa e a Esperteza


Por: Almir Moreira – Advogado 

Incrível, a bola teimou em não entrar, foram muitas as oportunidades perdidas, bola na trave, raspando, defesa monumental do goleiro adversário e também incompetência na finalização, como no gol perdido por Mauricio Ramos, por exemplo. Mas o fato é que no derby paulista, o mais importante do Brasil, o Palmeiras perdeu. Uma única jogada, mas no contra ataque, mortal, deixou o adversário na cara do gol, e dessa vez nem São Marcos pode salvar. Nem sempre o melhor vence o bombardeio verde só teve quantidade, volume, não teve muita qualidade, apesar da tarde inspirada do goleiro Julio Cesar.

A vida é assim mesmo, vejo tanta gente aqui com competência para ocupar posições de direção na política, mas não são vistos, apesar de alguns não lutarem para isso. Vejo uma tara por estranhos, quando aqui estamos bem servidos em vários campos do conhecimento e da cultura. Nada contra quem quer que seja, fala por si só nossa hospitalidade, por sinal motivo de muitos passeantes passarem a moradores, e muitos destes até mais chapadinhenses do que os nativos. Mas vejo gente dando goleada de conhecimento e de amor, nascido ou integrado a nossa sociedade, de raiz ou agregado, ser preterido. Governos e governos se sucedem, e recorrentemente se nota esta situação; gente desconhecedora de nossa realidade aqui aporta repentinamente para tomar conta de coisa conhecida amiúde por nós. Pode dar certo? Pode. Mas é estranho e não soa bem. 

A chance real de dar certo é quando há uma integração preexistente, quando as nossas veredas já são conhecidas pelo que foi acolhido. Já deu em muitas situações, quer seja na política ou em outra atividade. Não tolho ninguém, e quem sou eu para isso, mas grito pelos daqui, porque considero uma injustiça para não dizer irresponsabilidade com alguns que podem ocupar posições ocupadas momentaneamente por gente que logo, logo, parte depois de realizada a tarefa, também para não dizer em algumas situações, espoliação. Quem não se lembra de um tal Maranhão? Do dia para noite o único ser capaz de gerir a administração municipal. E por aí vai, exercitem o pensamento e se deparem com o rol do qual este citado faz parte. É como se aqui não tivesse ninguém para exercer essa dificílima função.

No futebol, não sou profeta, mas isso sempre vai acontecer, faz parte do jogo, e no jogo o fortuito é inerente, a surpresa é um dos elementos que o torna lúdico. Na política isso começa a ser questionado, pois gera dúvida e inferioriza os que sabem a sua realidade.

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