quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quatro Sinais de 2º Turno no Maranhão


Embora tente passar que a vitória em primeiro turno é apenas uma questão de se chegar ao dia 3 de outubro, nas entrelinhas, a campanha de Roseana dá sinais de descrença nesse fato.

Vejo três movimentos de sua tática eleitoral e um ato falho de seu marqueteiro como indícios de que a coisa não vai tão bem quanto a governadora gostaria.

Os atitudes estranhas a uma postura vitoriosa na campanha foram os ataques a Jackson no horário eleitoral, a recente visita dela a Chapadinha e a tentativa de relacionar os blogueiros contrários e o movimento #ForaRoseanaSarney com ataques depreciadores ao Estado e ao povo do Maranhão.

Explico:

Briga com Jackson e Tenta Ofuscar Flávio
Duda Mendonça de bobo não tem nada – tanto que cobra preço em milhões de reais – e sabe que quem tem tanta vantagem quanto dizem as pesquisas não puxa briga com quem ta muito embaixo. O suposto “erro” pode ser tentativa de escolher o adversário num provável segundo turno. Escolhe-se Jackson Lago chamando-o pra briga, dando-lhe visibilidade apostando no ofuscamento do opositor mais perigoso - Flávio Dino.

Vencer à Distância ou Pisar em Ovos
Até as palmeiras de babaçu da região sabem que a candidata “pisa em ovos” quando vem à Chapadinha dada a ferocidade com que é disputada pelos grupos locais. Houve tempo que a filha de Sarney nem precisa correr os riscos de desagradar ninguém. Bastava munir seus intermediários locais e, pronto, vitória esmagadora, garantida à distância como curso do Instituto Universal Brasileiro.

Agora já não é bem assim. Dos grupos políticos tradicionais locais pelo menos um demonstrou ter mais afeição ao poder que a ela, foi de malas, cuias e pebas pros braços dos governos Zé Reinaldo e Jackson. Agora, estão de volta sem muito entusiasmo, culpando até hoje a influência de Sarney no revés jurídico da eleição de Isaías. O grupo que manteve lealdade, mesmo no período em que a Família esteve fora do governo foi publicamente desfeiteado por ela em visita anterior.

Soma-se o fato de não conseguir controlar os aliados, a realidade de um município de mais de 70 mil habitantes, que tem na independência crescente da opinião pública o indicativo de que a vinda recente da candidata traz todos os gestos de quem pretende reverter circunstâncias negativas.

Divulgando o #ForaRoseanaSarney
O terceiro sinal veio do incômodo com blogues e com o movimento #ForaRoseanaSarney, apresentado em programa de TV como sendo de cunho agressivo ao Estado e orquestrado por maranhenses. Basta acessar o #ForaRoseanaSarney pra notar que as críticas se dirigem à candidata e a seu grupo político. Neste caso acho que foi um autêntico tiro no pé, chamaram atenção para o movimento que mesmo crescendo de forma aritmética na internet ainda se encontrava longe das ruas, nem os políticos de oposição tinham atentado para seu potencial. Pelas mãos da própria oligarquia, o restrito temor cibernético agora pode virar pânico nas ruas.

A Confissão de Duda
Em entrevista ao Jornal O Estado, de propriedade de Roseana, indagado se ela (a governdora) vence no primeiro turno, Duda responde o seguinte: “eu acho que a Roseana vai ganhar. A gente tem de trabalhar dobrado. Se vai ganhar no primeiro ou no segundo turno, é o povo quem vai decidir. Acho que ela tem de trabalhar. Ela está bem, mostrando o que ela faz, os projetos… No dia 3 de outubro, o povo vota. Se quiser acabar logo no primeiro turno, acaba. Se quiser esperar mais uns 20 dias, a gente ganha do mesmo jeito”.

Viram? Nem Duda consegue passar a certeza de vitória em 3 de outubro. Segundo turno é uma nova eleição e nenhum candidato ou marqueteiro pode de dizer que ganha do mesmo jeito. Ainda mais com o sentimento de mudança ainda vivo no maranhense. Basta o povo fazer como o comando da campanha de Roseana: acreditar em si e na sua capacidade de rebeldia.

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