segunda-feira, 5 de abril de 2010

O PT e uma Decisão Antipetista

O jornalista Eduardo Braga, que é petista e tem fortes ligações com Chapadinha, participa do debate sobre a decisão do partido acerca das eleições deste ano com o artigo que transcrevo abaixo, em itálico. Outros textos em sentido contrário serão aceitos e divulgados.
“O Encontro de Definição de Tática Eleitoral do PT-MA decidiu, por 87 votos a 85, que o partido apoiará a candidatura a governador do deputado federal Flávio Dino (PCdoB). O comunista surpreendeu ao conseguir mais de 120 mil votos e se tornar o quarto deputado federal mais bem votado nas terras maranhense perdendo apenas para dois filhos de ex-governadores, José Sarney Filho e Roberto Rocha, e o chefe da Casa Civil do governo da época, Carlos Brandão.
A estranha eleição de 2006 no Maranhão foi vencida pela auto-entitulada “Frente da Libertação”. A tal frente foi pensada pelo governador da época, Zé Reinaldo Tavares (PSB), que fora vice-governador de Roseana e eleito para o cargo depois de ter assumido o posto em decorrência à renúncia dela para disputar vaga no Senado, em 2002.
O PT indicou o vice da chapa de Edson Vidigal (PSB) e compôs o governo Jackson sem destaque. Bira do Pindaré, que venceu a eleição pra senador na capital, foi nomeado “assessor especial” do governador, enquanto ao PSDB coube a Casa Civil, com Aderson Lago, e o apoio necessário para vencer as disputas pelas prefeituras de São Luís, com João Castelo, e de Imperatriz, com Sebastião Madeira.
Concretizada a cassação, a oposição, ainda meio que desorientada, ensaia uma nova cooperativa de candidatos, com o mesmo Jackson Lago, Flávio Dino e Roberto Rocha. A candidatura de Flávio Dino não tem chances reais de vitória. O apoio do enrolado prefeito de Caxias, Humberto Coutinho, pode lhe ajudar a se eleger deputado federal, mas governador é outra história. Então, pra que apoiar Dino e rachar o palanque de Dilma?
O governo Jackson foi marcado pela ineficiência e pelas denúncias de corrupção e acabou sendo cassado.
"O PT indicou o vice da chapa de Edson Vidigal e compôs o governo Jackson sem destaque. Bira do Pindaré, que venceu a eleição pra senador na capital, foi nomeado “assessor especial” do governador, enquanto ao PSDB coube a Casa Civil, com Aderson Lago, e o apoio necessário para vencer as disputas pelas prefeituras de São Luís, com João Castelo, e de Imperatriz, com Sebastião Madeira."Concretizada a cassação, a oposição, ainda meio que desorientada, ensaia uma nova cooperativa de candidatos, com o mesmo Jackson Lago, Flávio Dino e Roberto Rocha.
"A candidatura de Flávio Dino não tem chances reais de vitória. O apoio do enrolado prefeito de Caxias, Humberto Coutinho, pode lhe ajudar a se eleger deputado federal, mas governador é outra história. Então, pra que apoiar Dino e rachar o palanque de Dilma?
Onde está Vidigal hoje? Se preparando pra ser candidato a senador pelo PSDB. Boa parte dos ex-membros da tal “Frente de Libertação” vieram de debaixo das asas do velho bigodudo. Vide João Castelo, Zé Reinaldo, Edson Vidigal e outros.
"Por trás dessa cortina de fumaça está uma série de interesses e quem mais venceu [no encontro do PT] foram aqueles cujos interesses não têm compromisso com o projeto nacional do PT, prioridade número 1 do partido.”
Candidatos
A candidatura do deputado federal Roberto Rocha (PSDB) a governador, referida no artigo acima, ainda é apenas uma hipótese. Na verdade ela tem sido citada mais pelo desejo de repetir a "cooperativa de candidatos" organizada em 2006 pelo ex-governador José Reinaldo, com o objetivo de levar a eleição para o 2o turno.
Em 2006 o PSDB lançou um candidato laranja, Aderson Lago, que atualmente está concentrado na tentativa de voltar à Assembleia Legislativa. Aderson responde a vários inquéritos policiais por corrupção, num dos quais é acusado de receber R$ 5 milhões como pagamento por sua participação na "cooperativa".
Há provas de que pelo menos parte do dinheiro foi desviado da Saúde Pública do município de Caxias para a conta de um dos filhos dele no Rio (caso Ópera Prima).

Um comentário:

Herbert Lago Castelo Branco disse...

Ao ler o texto de Eduardo Braga não me contive e resolvi não responder, mas tecer alguns questionamentos.
Acredito que seja a primeira vez no Maranhão que se tenta construir uma chapa mais no campo da esquerda, se “desgarrando da oligarquia Sarney e do PSDB/MA. Embora saibamos que ainda virão os adesistas para compor a chapa, pois voto e adesão em política não é desprezível. Em se tratando de eleições não podemos fazer suposições e afirmar de imediato que esse ou aquele candidato não tenha chances reais de se eleger. Quantas vezes as pesquisas de opinião pública (que geralmente são tendenciosas) não foram contrariadas? Quando Geraldo Magela (PT/DF) disputou o governo do Distrito Federal em 2002 contra Joaquim Roriz (PMDB/DF) ele começou com 3% das intenções de votos, enquanto que Roriz estava com seus 45% das intensões de votos, com previsão de ser eleito em primeiro turno e ao final Magela ganhou de Roriz no primeiro turno, levando as eleições para o segundo turno.
Geralmente, é papel da direita ou das oligarquias quando perde a eleição cobrar de seu sucessor eficiência e induzir a opinião pública através dos seus meios de comunicação. Mas como cobrar “eficiência” e agilidade em menos de 24 meses de um governo que recebe um Estado que há 40 anos vem sendo sucateado por essa oligarquia?
Rachar o palanque da Dilma? E usar como pretexto palanque único só no Maranhão? E os outros Estados? Como seria bom se Dilma tivesse dois ou mais palanques em todos os Estados!
A política meu caro é que nem nuvem e por traz dela, é claro, existem interesses. Isso não significa que a politica não tenha compromissos com os projetos nacionais, com os do Lula ou com os do partido dos trabalhadores.

Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor